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Rombo no PIB, 'banquetaço' e Marina contra fósseis; veja como foi o 7o dia da COP30

16/11/2025

Fonte: FSP - https://www1.folha.uol.com.br/



Rombo no PIB, 'banquetaço' e Marina contra fósseis; veja como foi o 7o dia da COP30
Estudo da ONU estima que falta de ação climática pode comprometer um terço da economia de Brasil e vizinhos
Em Belém, Cúpula dos Povos encerra suas atividades; ministra do Meio Ambiente propõe compromisso oficial contra petróleo

16/11/2025

Lucas Alonso

Com diplomatas de folga neste domingo (16), não houve negociações formais na COP30. Mas as atividades paralelas à conferência do clima continuaram, com destaque para o fim da Cúpula dos Povos com um "banquetaço" e uma carta com demandas de movimentos sociais ao presidente da COP, André Corrêa do Lago.

Na véspera, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, fez a proposta de incluir na agenda oficial para as próximas COPs um compromisso para a elaboração de um roteiro para o fim dos combustíveis fósseis.

E a Folha teve acesso antecipado a um estudo da ONU que projeta um cenário preocupante para a economia do Brasil e de países amazônicos vizinhos. Mas só em caso de inação diante da crise do clima.

Leia a seguir um resumo do que é mais importante saber sobre este domingo (16).

1. Cúpula dos Povos encerra atividades com 'banquetaço' e entrega de carta
A Cúpula dos Povos reuniu movimentos sociais e comunidades tradicionais na UFPA para entregar uma carta ao presidente da COP30 com demandas da sociedade civil sobre temas sensíveis, como o fim da exploração de combustíveis fósseis. O documento também critica o fato de que a maior parte dos recursos climáticos passa por instituições como o FMI e o Banco Mundial, o que, segundo os organizadores, distancia as decisões das realidades vividas nos territórios.

O encontro, que reuniu cerca de 15 mil pessoas ao longo de cinco dias, foi encerrado neste domingo com um "banquetaço" na praça da República, em Belém, com pratos preparados pelos próprios participantes. A ação buscou valorizar a produção da agricultura familiar e reforçar a ideia de que não há justiça ambiental sem justiça social, destacando como a crise climática afeta diretamente a alimentação e a segurança alimentar das populações.

2. Marina propõe compromisso oficial com fim dos combustíveis fósseis
A ministra do Meio Ambiente apresentou, em reunião com representantes de diversos países, a proposta de que a COP30 oficialize um mandato para construir um roteiro global de saída dos combustíveis fósseis. A ideia, que daria sequência ao compromisso genérico firmado na COP28, recebeu apoio de países ricos, mas enfrentou ponderações de Arábia Saudita e Nigéria. Marina afirmou que qualquer transição precisa considerar as diferenças de recursos, vulnerabilidades e capacidades entre as nações.

O debate ainda avança lentamente. A ministra disse que o processo depende de confiança política e que caberá aos países desenvolvidos liderar os primeiros passos. Colômbia, Reino Unido e Noruega defenderam acelerar a transição, enquanto Emirados Árabes Unidos também pediram respeito às especificidades. Especialistas afirmam que um roteiro global é crucial para reduzir emissões e evitar custos maiores com desastres climáticos, mas ainda não há definição sobre o formato ou o ritmo desse acordo.

3. Ignorar clima custará até 33% do PIB de Brasil e vizinhos, diz ONU
Um estudo do Pnud, feito em parceria com o Ministério da Gestão e Inovação, aponta que a falta de ação climática pode custar até 33% do PIB combinado dos países da bacia amazônica até 2070. Considerada pela ONU a revisão científica mais abrangente já feita sobre os impactos do clima na região, a análise -que será apresentada na COP30- indica que secas extremas, eventos climáticos severos e a degradação crescente da floresta podem comprometer agricultura, energia, transporte, saúde e serviços ambientais essenciais, agravando problemas sociais e econômicos já existentes.

As perdas projetadas, que chegam a US$ 2,8 trilhões, decorrem do acúmulo de danos sucessivos que afetam produtividade, infraestrutura e contas públicas. O estudo afirma que a amazônia está perto de pontos de inflexão e que a região não conseguirá se preparar sem adaptação e mais financiamento internacional. Embora os países amazônicos tenham marcos legais, a capacidade de mobilizar recursos próprios é limitada, e o Pnud defende uma expansão significativa do financiamento climático global para que as economias vulneráveis consigam implementar ações na velocidade necessária.

https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2025/11/rombo-no-pib-banquetaco-e-marina-contra-fosseis-veja-como-foi-o-7o-dia-da-cop30.shtml
 

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