De Povos Indígenas no Brasil
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O crime também desmata a amazônia
16/11/2025
Fonte: FSP - https://www1.folha.uol.com.br/
O crime também desmata a amazônia
Relatório indica que facções impulsionam devastação; é preciso aliar segurança com política ambiental
Em 2022, 77% do garimpo na amazônia brasileira era ilegal; no mesmo ano, o ouro gerou R$ 18,2 bilhões de lucro ao crime organizado
16/11/2025
Nos últimos anos, o garimpo ilegal, a extração ilícita de madeira e a grilagem de terras têm sido cada vez mais usados pelo crime organizado tanto para diversificar negócios e ampliar lucratividade, outrora concentrada no tráfico de drogas, quanto como forma de lavagem de dinheiro.
Por isso, além do debate sobre políticas de combate ao aquecimento global, países da região amazônica -onde ocorre a COP30- têm se debruçado sobre a expansão local de facções e seu impacto ambiental e na segurança da população. O presidente da conferência climática da ONU, embaixador André Côrrea do Lago, reconheceu o desafio.
O alerta foi acionado durante o evento em Belém pela Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, com a divulgação de um relatório em que o crime organizado figura como agente importante da devastação ambiental.
Segundo o estudo, 77% do garimpo na amazônia brasileira era ilegal em 2022, ocupando mais de 2,6 mil km² do território.
Levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública estima que, em 2022, dos R$ 348,1 bilhões faturados por organizações criminosas, 42% (R$146,8 bilhões) vieram dos mercados de combustíveis, cigarros e bebidas e ouro -com o minério, o lucro foi de R$ 18,2 bilhões, ante R$ 15,2 bilhões com tráfico de drogas.
Relatório da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) deste mês mostra que o garimpo ilegal na fronteira entre Brasil e Colômbia é o principal ilícito ambiental na região e fonte de recursos para facções, que elevam indicadores de violência com disputas territoriais.
O uso de mercúrio na atividade e o fluxo de embarcações poluem rios, impactando tribos indígenas e comunidades que deles dependem para subsistência.
A grilagem de terras também preocupa, de acordo com o relatório apresentado na COP30. Grande parte delas é vendida para criação de gado, e no Brasil a abertura de pasto e plantações é o principal vetor de desmatamento, responsável pela maior parte de emissões de CO2 do país.
Ademais, garimpo, extração de madeira e pastagens impulsionam a degradação florestal, ao diminuírem a umidade da mata com áreas expostas ao vento e ao sol, facilitando incêndios.
É preciso aumentar a presença do Estado na região com ação integrada de forças das três esferas de governo e também entre países. Sem políticas efetivas de segurança pública na amazônia, medidas de proteção ambiental e contenção do aquecimento global correm risco de fracassar.
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2025/11/o-crime-tambem-desmata-a-amazonia.shtml
Relatório indica que facções impulsionam devastação; é preciso aliar segurança com política ambiental
Em 2022, 77% do garimpo na amazônia brasileira era ilegal; no mesmo ano, o ouro gerou R$ 18,2 bilhões de lucro ao crime organizado
16/11/2025
Nos últimos anos, o garimpo ilegal, a extração ilícita de madeira e a grilagem de terras têm sido cada vez mais usados pelo crime organizado tanto para diversificar negócios e ampliar lucratividade, outrora concentrada no tráfico de drogas, quanto como forma de lavagem de dinheiro.
Por isso, além do debate sobre políticas de combate ao aquecimento global, países da região amazônica -onde ocorre a COP30- têm se debruçado sobre a expansão local de facções e seu impacto ambiental e na segurança da população. O presidente da conferência climática da ONU, embaixador André Côrrea do Lago, reconheceu o desafio.
O alerta foi acionado durante o evento em Belém pela Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, com a divulgação de um relatório em que o crime organizado figura como agente importante da devastação ambiental.
Segundo o estudo, 77% do garimpo na amazônia brasileira era ilegal em 2022, ocupando mais de 2,6 mil km² do território.
Levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública estima que, em 2022, dos R$ 348,1 bilhões faturados por organizações criminosas, 42% (R$146,8 bilhões) vieram dos mercados de combustíveis, cigarros e bebidas e ouro -com o minério, o lucro foi de R$ 18,2 bilhões, ante R$ 15,2 bilhões com tráfico de drogas.
Relatório da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) deste mês mostra que o garimpo ilegal na fronteira entre Brasil e Colômbia é o principal ilícito ambiental na região e fonte de recursos para facções, que elevam indicadores de violência com disputas territoriais.
O uso de mercúrio na atividade e o fluxo de embarcações poluem rios, impactando tribos indígenas e comunidades que deles dependem para subsistência.
A grilagem de terras também preocupa, de acordo com o relatório apresentado na COP30. Grande parte delas é vendida para criação de gado, e no Brasil a abertura de pasto e plantações é o principal vetor de desmatamento, responsável pela maior parte de emissões de CO2 do país.
Ademais, garimpo, extração de madeira e pastagens impulsionam a degradação florestal, ao diminuírem a umidade da mata com áreas expostas ao vento e ao sol, facilitando incêndios.
É preciso aumentar a presença do Estado na região com ação integrada de forças das três esferas de governo e também entre países. Sem políticas efetivas de segurança pública na amazônia, medidas de proteção ambiental e contenção do aquecimento global correm risco de fracassar.
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2025/11/o-crime-tambem-desmata-a-amazonia.shtml
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