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Soberania vira palavra-chave em encontro de Marina com ministros de países amazônicos
13/11/2025
Fonte: FSP - https://www1.folha.uol.com.br/
Soberania vira palavra-chave em encontro de Marina com ministros de países amazônicos
Líderes aproveitaram evento sobre Amazônia para manifestar apoio a Venezuela
Tensões entre EUA e ditadura venezuelana aumentaram nesta semana
13/11/2025
Pedro Lovisi
Em meio às tensões entre a Venezuela e os Estados Unidos, a palavra soberania apareceu várias vezes nos discursos de ministros de meio ambiente durante um evento da OTCA (Organização do Tratado de Cooperação Amazônica) na COP30, a conferência de mudanças climáticas da ONU, em Belém.
O encontro tinha o objetivo de intensificar a integração de países da região em políticas de clima e segurança.
Entre os presentes estava a ministra brasileira Marina Silva, a primeira a discursar. "Multilateralismo é sinônimo de cooperação, de solidariedade e, sobretudo, de respeito à autodeterminação de cada povo. Nesse sentido, somos todos solidários com qualquer um de nós que seja atacado em sua soberania", afirmou ao lado do ministro do Ecossocialismo da Venezuela, Ricardo Molina.
Ela não citou a Venezuela diretamente em seu discurso, mas após o evento, ao ser questionada pela Folha, abordou o tema de forma mais contundente.
"Somos países soberanos e queremos fortalecer relações de cooperação, não de intervenção. E é nesse sentido que a soberania de um não pode ser negligenciada, porque isso significa enfraquecer a soberania de todos", disse. "Existem regras para as ações de combate ao crime organizado no âmbito dos acordos internacionais e são esses acordos que devem ser observados."
O ministro venezuelano, por sua vez, citou de forma enfática as tensões geopolíticas com os americanos em seu discurso e agradeceu o apoio de países vizinhos. "A amazônia é um regulador do qual depende a estabilidade climática mundial, mas nossa soberania nos obriga a assumir essa responsabilidade. Não podemos esperar nem permitir que outros queiram impor regras sobre nosso território", afirmou Molina.
"[A Venezuela está atravessando duras condições], há uma ameaça bélica permanente ali, que sabemos que não vai avançar, sabemos que não vai prosperar, primeiro porque o povo venezuelano está preparado para enfrentar qualquer tipo de agressão nas condições que sejam, no território que seja, mas também sabemos que o povo latino-americano está muito atento a nós, e queremos agradecer a solidariedade que vocês manifestam permanentemente com o povo venezuelano", acrescentou.
Na terça (11), um porta-aviões americano, considerado o maior do mundo, chegou à América Latina. O governo de Donald Trump afirma que ele vai ajudar no combate ao crime organizado da região -Washington acusa Nicolás Maduro de liderar um cartel de drogas, o que o ditador nega. No mesmo dia, o regime venezuelana anunciou mobilização massiva de forças terrestres, aéreas e navais.
Durante o evento da OTCA, a palavra soberania também foi mencionada pela ministra colombiana do Meio Ambiente, Irene Vélez, ainda que sem citar diretamente a Venezuela. "A transição energética justa não é apenas uma mudança de tecnologias, de geração de energia, mas trata-se de uma transformação social que respeite os limites ecológicos do planeta e que garanta sempre a soberania dos povos que habitam o território amazônico."
Vélez também aproveitou seu discurso para defender que a Amazônia não seja cenário de extração de petróleo; o tema é central nas relações entre os presidentes brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e colombiano, Gustavo Petro. Enquanto o primeiro é um entusiasta das receitas que a extração pode gerar para a região, o segundo é forte crítico à atividade.
"A Colômbia diz hoje ao mundo que não se trata de quanto extraímos, mas de quanto somos capazes de cuidar. Nenhum projeto econômico pode estar acima do direito à vida, à água e ao futuro de toda a humanidade e dos povos", afirmou ao lado de Marina, derrotada na disputa dentro do governo sobre a exploração de petróleo na Foz do Amazonas.
No evento, ainda foi anunciado um aporte de US$ 10 milhões do Fundo Amazônia, gerido pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), em projetos de monitoramento de desmatamento em países amazônicos. A iniciativa busca construir em nações vizinhas do Brasil estrutura semelhante à do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), responsável por apurar dados sobre devastação em biomas brasileiros.
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2025/11/soberania-vira-palavra-chave-em-encontro-de-marina-com-ministros-de-paises-amazonicos.shtml
Líderes aproveitaram evento sobre Amazônia para manifestar apoio a Venezuela
Tensões entre EUA e ditadura venezuelana aumentaram nesta semana
13/11/2025
Pedro Lovisi
Em meio às tensões entre a Venezuela e os Estados Unidos, a palavra soberania apareceu várias vezes nos discursos de ministros de meio ambiente durante um evento da OTCA (Organização do Tratado de Cooperação Amazônica) na COP30, a conferência de mudanças climáticas da ONU, em Belém.
O encontro tinha o objetivo de intensificar a integração de países da região em políticas de clima e segurança.
Entre os presentes estava a ministra brasileira Marina Silva, a primeira a discursar. "Multilateralismo é sinônimo de cooperação, de solidariedade e, sobretudo, de respeito à autodeterminação de cada povo. Nesse sentido, somos todos solidários com qualquer um de nós que seja atacado em sua soberania", afirmou ao lado do ministro do Ecossocialismo da Venezuela, Ricardo Molina.
Ela não citou a Venezuela diretamente em seu discurso, mas após o evento, ao ser questionada pela Folha, abordou o tema de forma mais contundente.
"Somos países soberanos e queremos fortalecer relações de cooperação, não de intervenção. E é nesse sentido que a soberania de um não pode ser negligenciada, porque isso significa enfraquecer a soberania de todos", disse. "Existem regras para as ações de combate ao crime organizado no âmbito dos acordos internacionais e são esses acordos que devem ser observados."
O ministro venezuelano, por sua vez, citou de forma enfática as tensões geopolíticas com os americanos em seu discurso e agradeceu o apoio de países vizinhos. "A amazônia é um regulador do qual depende a estabilidade climática mundial, mas nossa soberania nos obriga a assumir essa responsabilidade. Não podemos esperar nem permitir que outros queiram impor regras sobre nosso território", afirmou Molina.
"[A Venezuela está atravessando duras condições], há uma ameaça bélica permanente ali, que sabemos que não vai avançar, sabemos que não vai prosperar, primeiro porque o povo venezuelano está preparado para enfrentar qualquer tipo de agressão nas condições que sejam, no território que seja, mas também sabemos que o povo latino-americano está muito atento a nós, e queremos agradecer a solidariedade que vocês manifestam permanentemente com o povo venezuelano", acrescentou.
Na terça (11), um porta-aviões americano, considerado o maior do mundo, chegou à América Latina. O governo de Donald Trump afirma que ele vai ajudar no combate ao crime organizado da região -Washington acusa Nicolás Maduro de liderar um cartel de drogas, o que o ditador nega. No mesmo dia, o regime venezuelana anunciou mobilização massiva de forças terrestres, aéreas e navais.
Durante o evento da OTCA, a palavra soberania também foi mencionada pela ministra colombiana do Meio Ambiente, Irene Vélez, ainda que sem citar diretamente a Venezuela. "A transição energética justa não é apenas uma mudança de tecnologias, de geração de energia, mas trata-se de uma transformação social que respeite os limites ecológicos do planeta e que garanta sempre a soberania dos povos que habitam o território amazônico."
Vélez também aproveitou seu discurso para defender que a Amazônia não seja cenário de extração de petróleo; o tema é central nas relações entre os presidentes brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e colombiano, Gustavo Petro. Enquanto o primeiro é um entusiasta das receitas que a extração pode gerar para a região, o segundo é forte crítico à atividade.
"A Colômbia diz hoje ao mundo que não se trata de quanto extraímos, mas de quanto somos capazes de cuidar. Nenhum projeto econômico pode estar acima do direito à vida, à água e ao futuro de toda a humanidade e dos povos", afirmou ao lado de Marina, derrotada na disputa dentro do governo sobre a exploração de petróleo na Foz do Amazonas.
No evento, ainda foi anunciado um aporte de US$ 10 milhões do Fundo Amazônia, gerido pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), em projetos de monitoramento de desmatamento em países amazônicos. A iniciativa busca construir em nações vizinhas do Brasil estrutura semelhante à do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), responsável por apurar dados sobre devastação em biomas brasileiros.
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2025/11/soberania-vira-palavra-chave-em-encontro-de-marina-com-ministros-de-paises-amazonicos.shtml
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