De Povos Indígenas no Brasil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.
Notícias
Emissão de combustíveis fósseis caminha para recorde em 2025
13/11/2025
Fonte: FSP - https://www1.folha.uol.com.br/
Emissão de combustíveis fósseis caminha para recorde em 2025
Relatório anual projeta 38,1 bilhões de toneladas de dióxido de carbono no total deste ano
Orçamento de carbono para limitar aquecimento de 1,5oC está 'praticamente esgotado'
13/11/2025
José Henrique Mariante
As emissões globais de dióxido de carbono (CO2) devem crescer 1,1% em 2025 e alcançar o patamar recorde de 38,1 bilhões de toneladas. A descarbonização está em curso em diversos países, mas não em ritmo suficiente. O chamado orçamento de carbono, a quantidade de emissões previstas para manter o aquecimento do planeta em 1,5oC, já está "praticamente esgotado".
Enquanto diplomatas, ambientalistas e lobistas discutem providências para manter o mundo nos limites de temperatura estabelecidos no Acordo de Paris, o estudo anual Global Carbon Budget (orçamento global de carbono) mostra que a margem de negociação já está muito limitada.
O que resta deste orçamento de carbono, cerca de 170 bilhões de toneladas, se esgotaria antes de 2030 se as emissões de 2025 se repetirem nos próximos anos, como indicam as tendências atuais. Porém o limite de 1,5oC de aquecimento acima dos níveis pré-industriais, acertado há dez anos, é a projeção para um planeta seguro em 2100.
"Com as emissões de CO2 ainda crescendo, manter o aquecimento global abaixo de 1,5oC não é mais plausível", afirma o professor Pierre Friedlingstein, do Instituto de Sistemas Globais da Universidade de Exeter, que liderou o estudo deste ano, um trabalho colaborativo que envolve mais de 130 cientistas e 90 instituições.
"A mudança climática está reduzindo também a capacidade dos sumidouros terrestres e oceânicos de carbono, um sinal claro do planeta de que precisamos reduzir drasticamente as emissões."
O relatório aponta que 8% do aumento da concentração atmosférica de CO2 desde 1960 se deve justamente ao enfraquecimento dessas fossas de carbono. Enquanto isso, apenas em 2025, a emissão fóssil é impulsionada por todo tipo de combustível: carvão (crescimento de 0,8%), petróleo (1%) e gás natural (1,3%).
Por países, o ritmo de emissões varia. EUA (1,9%), Índia (1,4%), China (0,4%) e União Europeia (0,4%) aumentarão suas emissões (o estudo analisa apenas dados de consumo e condições climáticas, não decisões políticas como o negacionismo do governo de Donald Trump).
O crescimento chinês está mais moderado do que anos anteriores, graças ao consumo de energia também contido e um salto excepcional em energias renováveis. A constatação é conservadora perto de outras análises, como a da Carbon Brief, que indica estabilização e redução das emissões na China desde março de 2024 e, neste ritmo, até uma histórica contração no total deste ano.
Outros 35 países efetivamente já registram redução, em um grupo que inclui Austrália, Israel, Nova Zelândia, Coreia do Sul e Brasil. O número é quase o dobro do verificado há dez anos. "Os esforços para combater as mudanças climáticas são visíveis", diz Corinne Le Quéré, da Universidade East Anglia.
"O progresso ainda é muito frágil para se traduzir na redução sustentável das emissões globais necessária para combater a mudança climática. O impacto crescente nos sumidouros de carbono também são preocupantes e reforçam ainda mais a necessidade de ações urgentes", declara a cientista.
A capacidade de absorção de CO2 dos sumidouros terrestres diminuiu 25% desde 2015, apesar do notável progresso nas taxas de desmatamento -na amazônia, por exemplo, no menor nível desde 2014. Efeitos combinados de aquecimento global e desflorestamento no Sudeste Asiático e em grande parte da América do Sul estão fazendo as florestas tropicais desses locais produzir dióxido de carbono no lugar de contê-lo.
Mesmo assim, a soma de emissões provocadas pela queima de combustíveis fósseis e pelo uso do solo cresceram mais lentamente na última década (0,3% ao ano) do que na anterior (1,9% ao ano).
"Já se passaram dez anos desde que o Acordo de Paris foi negociado e, apesar do progresso em muitas frentes, as emissões fósseis continuam a aumentar incessantemente", afirma Glen Peters, do Centro Internacional de Pesquisa Climática.
"É evidente que os países precisam melhorar seu desempenho. Já temos fortes evidências de que as tecnologias limpas ajudam a reduzir as emissões e, ao mesmo tempo, são economicamente viáveis em comparação com as alternativas fósseis."
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2025/11/emissao-de-combustiveis-fosseis-caminha-para-recorde-em-2025.shtml
Relatório anual projeta 38,1 bilhões de toneladas de dióxido de carbono no total deste ano
Orçamento de carbono para limitar aquecimento de 1,5oC está 'praticamente esgotado'
13/11/2025
José Henrique Mariante
As emissões globais de dióxido de carbono (CO2) devem crescer 1,1% em 2025 e alcançar o patamar recorde de 38,1 bilhões de toneladas. A descarbonização está em curso em diversos países, mas não em ritmo suficiente. O chamado orçamento de carbono, a quantidade de emissões previstas para manter o aquecimento do planeta em 1,5oC, já está "praticamente esgotado".
Enquanto diplomatas, ambientalistas e lobistas discutem providências para manter o mundo nos limites de temperatura estabelecidos no Acordo de Paris, o estudo anual Global Carbon Budget (orçamento global de carbono) mostra que a margem de negociação já está muito limitada.
O que resta deste orçamento de carbono, cerca de 170 bilhões de toneladas, se esgotaria antes de 2030 se as emissões de 2025 se repetirem nos próximos anos, como indicam as tendências atuais. Porém o limite de 1,5oC de aquecimento acima dos níveis pré-industriais, acertado há dez anos, é a projeção para um planeta seguro em 2100.
"Com as emissões de CO2 ainda crescendo, manter o aquecimento global abaixo de 1,5oC não é mais plausível", afirma o professor Pierre Friedlingstein, do Instituto de Sistemas Globais da Universidade de Exeter, que liderou o estudo deste ano, um trabalho colaborativo que envolve mais de 130 cientistas e 90 instituições.
"A mudança climática está reduzindo também a capacidade dos sumidouros terrestres e oceânicos de carbono, um sinal claro do planeta de que precisamos reduzir drasticamente as emissões."
O relatório aponta que 8% do aumento da concentração atmosférica de CO2 desde 1960 se deve justamente ao enfraquecimento dessas fossas de carbono. Enquanto isso, apenas em 2025, a emissão fóssil é impulsionada por todo tipo de combustível: carvão (crescimento de 0,8%), petróleo (1%) e gás natural (1,3%).
Por países, o ritmo de emissões varia. EUA (1,9%), Índia (1,4%), China (0,4%) e União Europeia (0,4%) aumentarão suas emissões (o estudo analisa apenas dados de consumo e condições climáticas, não decisões políticas como o negacionismo do governo de Donald Trump).
O crescimento chinês está mais moderado do que anos anteriores, graças ao consumo de energia também contido e um salto excepcional em energias renováveis. A constatação é conservadora perto de outras análises, como a da Carbon Brief, que indica estabilização e redução das emissões na China desde março de 2024 e, neste ritmo, até uma histórica contração no total deste ano.
Outros 35 países efetivamente já registram redução, em um grupo que inclui Austrália, Israel, Nova Zelândia, Coreia do Sul e Brasil. O número é quase o dobro do verificado há dez anos. "Os esforços para combater as mudanças climáticas são visíveis", diz Corinne Le Quéré, da Universidade East Anglia.
"O progresso ainda é muito frágil para se traduzir na redução sustentável das emissões globais necessária para combater a mudança climática. O impacto crescente nos sumidouros de carbono também são preocupantes e reforçam ainda mais a necessidade de ações urgentes", declara a cientista.
A capacidade de absorção de CO2 dos sumidouros terrestres diminuiu 25% desde 2015, apesar do notável progresso nas taxas de desmatamento -na amazônia, por exemplo, no menor nível desde 2014. Efeitos combinados de aquecimento global e desflorestamento no Sudeste Asiático e em grande parte da América do Sul estão fazendo as florestas tropicais desses locais produzir dióxido de carbono no lugar de contê-lo.
Mesmo assim, a soma de emissões provocadas pela queima de combustíveis fósseis e pelo uso do solo cresceram mais lentamente na última década (0,3% ao ano) do que na anterior (1,9% ao ano).
"Já se passaram dez anos desde que o Acordo de Paris foi negociado e, apesar do progresso em muitas frentes, as emissões fósseis continuam a aumentar incessantemente", afirma Glen Peters, do Centro Internacional de Pesquisa Climática.
"É evidente que os países precisam melhorar seu desempenho. Já temos fortes evidências de que as tecnologias limpas ajudam a reduzir as emissões e, ao mesmo tempo, são economicamente viáveis em comparação com as alternativas fósseis."
https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2025/11/emissao-de-combustiveis-fosseis-caminha-para-recorde-em-2025.shtml
As notícias publicadas no site Povos Indígenas no Brasil são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos .Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.