De Povos Indígenas no Brasil
Notícias
Tecnologia impacta acesso à saúde de afetados pelo clima e busca se ajustar a tradições
12/11/2025
Fonte: FSP - https://www1.folha.uol.com.br/
Tecnologia impacta acesso à saúde de afetados pelo clima e busca se ajustar a tradições
Uso de dados, transporte aéreo e apoio à saúde mental são debatidos em seminário da Folha na COP30
Inovações buscam reduzir desigualdades no acesso à saúde em eventos extremos
12/11/2025
Giovana Kebian
Políticas de saúde adaptam tecnologias para que populações afetadas pelas mudanças climáticas tenham acesso a serviços médicos e psicológicos durante eventos extremos.
Iniciativas que exploram desde o cruzamento de informações até o transporte aéreo de medicamentos foram debatidas entre painelistas da primeira mesa do seminário "Sistema de Saúde e Clima: Desafios e Soluções", realizado nesta terça-feira (11), no espaço da Folha montado para a COP30 (30ª conferência da ONU Unidas sobre as mudanças climáticas), em Belém.
O evento foi organizado pelo jornal, em parceria com o Ministério da Saúde e os hospitais do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS).
Sidney Klajner, presidente do Einstein Hospital Israelita, destacou a importância da integração entre dados ambientais e de saúde para políticas públicas.
O Einstein apresentou nesta quarta-feira (12), em evento na zona azul da COP30, a plataforma Mais (Meio Ambiente e Impacto na Saúde), que cruza dados climáticos, ambientais, de saúde e socioeconômicos, permitindo identificar riscos e antever cenários epidemiológicos.
A plataforma, em desenvolvimento, permitirá visualizar correlações como o aumento de doenças respiratórias em períodos de poluição intensa ou a relação entre ondas de calor e problemas cardiovasculares.
O recurso deve ser lançado em até dois anos e é direcionado a gestores e profissionais de saúde para apoiar na tomada de decisões em políticas públicas.
"Isso permitirá a resiliência do sistema de saúde. Com a previsão meteorológica de dados regionais e municipais, é possível aumentar a capacidade da mesma forma que aumenta a demanda", afirmou Klajner.
O presidente do hospital também abordou iniciativas já existentes voltadas a populações vulneráveis, desenvolvidas pelo hospital em parceria com o Ministério da Saúde.
A primeira é o programa Veracis (Vulnerabilidades Étnico-Raciais, Meio Ambiente, Clima e Impacto na Saúde), focado em mapear questões de saúde e monitorar vulnerabilidades sociais em comunidades negras quilombolas de seis biomas brasileiros.
A segunda diz respeito a uma plataforma que concentra dados de saúde e de vigilância ambiental, como análises de solo e água, das comunidades indígenas.
"A informação é necessária para que a gente empreenda, mas sempre cocriando com essas populações. Se chegar impondo alguma coisa, está fadado a não dar certo."
Em situações de calamidade, como enchentes, deslizamentos e secas extremas, quadros de saúde mental tendem a aumentar, destacou Admilson Reis da Silva, superintendente de responsabilidade social e gestão de riscos do Hospital Moinhos de Vento, no Rio Grande do Sul.
"O impacto à saúde mental é transversal na sociedade porque afeta a produtividade, conflitos sociais e domésticos."
Nos dez meses seguintes às enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em 2024, atendimentos relacionados a transtornos mentais em hospitais do estado cresceram 11,7% na média mensal, segundo análise da Folha a partir de dados do Datasus.
Nesse contexto, o Hospital Moinhos de Vento, junto ao Ministério da Saúde, desenvolveu o projeto Recomeçar, que faz uma busca ativa por pacientes afetados pelas chuvas para oferecer suporte psicológico e psiquiátrico.
A iniciativa é dividida em três etapas: pré-triagem por meio de formulário online, triagem para avaliação de sintomas de ansiedade, depressão e estresse pós-traumático e programa de intervenção para aqueles que se encaixarem nos critérios estabelecidos.
Na primeira fase de triagem, o projeto espera receber cerca de 10 mil pessoas.
Bruno Cantarella de Almeida, diretor do departamento de projetos e determinantes ambientais da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) do Ministério da Saúde, destacou a importância de preservar as tradições de indígenas ao implementar políticas sanitárias.
Em comunidades que sofrem com a seca, por exemplo, nem sempre a captação da água da chuva é uma solução viável devido ao seu significado. "Para algumas etnias, essa é uma água sagrada e não pode ser consumida."
Em 2023, a Sesai criou um comitê de respostas rápidas voltado à saúde indígena em situações de eventos extremos.
Durante a seca no rio Solimões do ano passado, foi necessário usar o transporte aéreo para levar água, comida e medicamentos às comunidades que ficaram ilhadas. Originalmente, a tecnologia era usada apenas para o traslado de pacientes.
"As soluções tecnológicas já existem. O que a gente tem que aprender é articular essas tecnologias e apropriá-las dentro da população que vai ser beneficiada."
https://www1.folha.uol.com.br/seminariosfolha/2025/11/tecnologia-impacta-acesso-a-saude-de-afetados-pelo-clima-e-busca-se-ajustar-a-tradicoes.shtml
Uso de dados, transporte aéreo e apoio à saúde mental são debatidos em seminário da Folha na COP30
Inovações buscam reduzir desigualdades no acesso à saúde em eventos extremos
12/11/2025
Giovana Kebian
Políticas de saúde adaptam tecnologias para que populações afetadas pelas mudanças climáticas tenham acesso a serviços médicos e psicológicos durante eventos extremos.
Iniciativas que exploram desde o cruzamento de informações até o transporte aéreo de medicamentos foram debatidas entre painelistas da primeira mesa do seminário "Sistema de Saúde e Clima: Desafios e Soluções", realizado nesta terça-feira (11), no espaço da Folha montado para a COP30 (30ª conferência da ONU Unidas sobre as mudanças climáticas), em Belém.
O evento foi organizado pelo jornal, em parceria com o Ministério da Saúde e os hospitais do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS).
Sidney Klajner, presidente do Einstein Hospital Israelita, destacou a importância da integração entre dados ambientais e de saúde para políticas públicas.
O Einstein apresentou nesta quarta-feira (12), em evento na zona azul da COP30, a plataforma Mais (Meio Ambiente e Impacto na Saúde), que cruza dados climáticos, ambientais, de saúde e socioeconômicos, permitindo identificar riscos e antever cenários epidemiológicos.
A plataforma, em desenvolvimento, permitirá visualizar correlações como o aumento de doenças respiratórias em períodos de poluição intensa ou a relação entre ondas de calor e problemas cardiovasculares.
O recurso deve ser lançado em até dois anos e é direcionado a gestores e profissionais de saúde para apoiar na tomada de decisões em políticas públicas.
"Isso permitirá a resiliência do sistema de saúde. Com a previsão meteorológica de dados regionais e municipais, é possível aumentar a capacidade da mesma forma que aumenta a demanda", afirmou Klajner.
O presidente do hospital também abordou iniciativas já existentes voltadas a populações vulneráveis, desenvolvidas pelo hospital em parceria com o Ministério da Saúde.
A primeira é o programa Veracis (Vulnerabilidades Étnico-Raciais, Meio Ambiente, Clima e Impacto na Saúde), focado em mapear questões de saúde e monitorar vulnerabilidades sociais em comunidades negras quilombolas de seis biomas brasileiros.
A segunda diz respeito a uma plataforma que concentra dados de saúde e de vigilância ambiental, como análises de solo e água, das comunidades indígenas.
"A informação é necessária para que a gente empreenda, mas sempre cocriando com essas populações. Se chegar impondo alguma coisa, está fadado a não dar certo."
Em situações de calamidade, como enchentes, deslizamentos e secas extremas, quadros de saúde mental tendem a aumentar, destacou Admilson Reis da Silva, superintendente de responsabilidade social e gestão de riscos do Hospital Moinhos de Vento, no Rio Grande do Sul.
"O impacto à saúde mental é transversal na sociedade porque afeta a produtividade, conflitos sociais e domésticos."
Nos dez meses seguintes às enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em 2024, atendimentos relacionados a transtornos mentais em hospitais do estado cresceram 11,7% na média mensal, segundo análise da Folha a partir de dados do Datasus.
Nesse contexto, o Hospital Moinhos de Vento, junto ao Ministério da Saúde, desenvolveu o projeto Recomeçar, que faz uma busca ativa por pacientes afetados pelas chuvas para oferecer suporte psicológico e psiquiátrico.
A iniciativa é dividida em três etapas: pré-triagem por meio de formulário online, triagem para avaliação de sintomas de ansiedade, depressão e estresse pós-traumático e programa de intervenção para aqueles que se encaixarem nos critérios estabelecidos.
Na primeira fase de triagem, o projeto espera receber cerca de 10 mil pessoas.
Bruno Cantarella de Almeida, diretor do departamento de projetos e determinantes ambientais da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) do Ministério da Saúde, destacou a importância de preservar as tradições de indígenas ao implementar políticas sanitárias.
Em comunidades que sofrem com a seca, por exemplo, nem sempre a captação da água da chuva é uma solução viável devido ao seu significado. "Para algumas etnias, essa é uma água sagrada e não pode ser consumida."
Em 2023, a Sesai criou um comitê de respostas rápidas voltado à saúde indígena em situações de eventos extremos.
Durante a seca no rio Solimões do ano passado, foi necessário usar o transporte aéreo para levar água, comida e medicamentos às comunidades que ficaram ilhadas. Originalmente, a tecnologia era usada apenas para o traslado de pacientes.
"As soluções tecnológicas já existem. O que a gente tem que aprender é articular essas tecnologias e apropriá-las dentro da população que vai ser beneficiada."
https://www1.folha.uol.com.br/seminariosfolha/2025/11/tecnologia-impacta-acesso-a-saude-de-afetados-pelo-clima-e-busca-se-ajustar-a-tradicoes.shtml
As notícias publicadas no site Povos Indígenas no Brasil são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos .Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.