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"A resposta somos nós": Povo Guarani fortalece Marcha Indígena na COP 30
17/11/2025
Fonte: yvyrupa - https://www.yvyrupa.org.br
No Dia dos Povos Indígenas na COP 30, lideranças Guarani denunciam violações, avanço do agronegócio e cobram demarcação de Terras Indígenas como ação climática urgente.
Por: Assessoria de Comunicação da CGY.
Cerca de três mil indígenas ocuparam as ruas de Belém na manhã desta segunda-feira (17) para afirmar em uníssono que "a resposta somos nós" e denunciar que não há justiça climática sem povos e territórios indígenas. A mobilização marcou o Dia dos Povos Indígenas na COP30, durante a Marcha Global Indígena pelo Clima.
A marcha partiu da Aldeia COP - estrutura montada na Escola de Aplicação da Universidade Federal do Pará (UFPA), na Avenida Perimetral, que acolhe cerca de 3 mil indígenas de todo o Brasil e de diferentes regiões do mundo. De lá, o cortejo seguiu em direção ao Bosque Rodrigues Alves, reunindo dezenas de organizações e lideranças indígenas do Brasil e do mundo.
Ao longo do percurso, o Povo Guarani destacou suas pautas prioritárias: a demarcação das Terras Indígenas como ação climática central, a denúncia das violências e ataques que avançam sobre seus territórios e a defesa de que a proteção das terras Guarani é decisiva para a adaptação aos efeitos das mudanças climáticas. As lideranças reforçaram que enfrentar a crise climática passa necessariamente por garantir a integridade dos territórios indígenas.
A Marcha também levou ao centro da COP30 reivindicações estruturais do movimento indígena, como a imediata demarcação de terras, a proteção integral dos territórios, a meta de desmatamento zero, o fim da exploração de combustíveis fósseis e da mineração em áreas tradicionais, além da salvaguarda dos defensores da terra. Os povos indígenas reforçaram ainda a cobrança para que o Brasil reconheça a NDC (Contribuição Nacionalmente Determinada ou "Nationally Determined Contribution", em inglês) Indígena como compromisso oficial no âmbito da Conferência do Clima.
Durante a mobilização, a liderança Guarani do Oeste do Paraná, Vilma Rios, enfatizou que justiça climática também exige justiça para aqueles que perderam a vida na defesa de seus territórios: "Quando falamos de justiça climática, não podemos esquecer da justiça para as pessoas que já foram assassinadas. Enquanto essa violência continuar nos territórios e enquanto não houver demarcação das terras indígenas, como podemos enfrentar a crise climática?", reflete.
A fala da Vilma foi motivada não apenas pelos ataques aos territórios Avá-Guarani e outros territórios indígenas, como também pela notícia do assassinato de Vicente Fernandes Kaiowa, liderança Guarani Kaiowá.O caso ocorreu ontem (16), durante um ataque armado à retomada Pyelito Kue, no município de Iguatemi, no Mato Grosso do Sul.
Vilma também denunciou que muitos dos ataques sofridos pelos povos indígenas são frutos do avanço do agronegócio e expôs a situação do Oeste do Paraná: "Nossa aldeia está cada vez mais invadida pelo agro, e todos os dias o agro tenta nos calar. Mas eu digo novamente: eles podem tentar, mas enquanto Nhanderu me der mais um dia de vida, vou continuar dizendo: o agro não é pop. O agro mata todos os dias dentro do território."
Já Eunice Kerexu, liderança Guarani de Santa Catarina, denunciou os retrocessos que avançam sobre os povos da Mata Atlântica, impulsionados por Projetos de Lei como o Marco Temporal. "Estamos enfrentando todos os tipos de retrocessos, tanto em relação aos nossos direitos quanto na área ambiental. Precisamos garantir os direitos já conquistados e assegurar a execução dos novos - e isso só será possível com a demarcação das terras indígenas, que precisa ser concluída por este governo."
A presença Guarani na COP30 está sendo marcada pela luta e pela cobrança por soluções concretas. "Não viemos à COP30 apenas para participar; viemos atrás de soluções - não só para a crise climática, mas também para a questão territorial. Enquanto esperamos a demarcação das nossas terras, queremos permanecer vivas", afirmou Vilma.
Ao final da marcha, as lideranças reafirmaram que os povos indígenas não serão silenciados. "Eles podem tentar, mas não conseguirão", concluiu Vilma Rios, expressando a resistência e a determinação do Povo Guarani e de todos os povos presentes na mobilização histórica em Belém.
https://www.yvyrupa.org.br/2025/11/17/a-resposta-somos-nos-povo-guarani-fortalece-marcha-global-indigena-pelo-clima-na-cop-30/
Por: Assessoria de Comunicação da CGY.
Cerca de três mil indígenas ocuparam as ruas de Belém na manhã desta segunda-feira (17) para afirmar em uníssono que "a resposta somos nós" e denunciar que não há justiça climática sem povos e territórios indígenas. A mobilização marcou o Dia dos Povos Indígenas na COP30, durante a Marcha Global Indígena pelo Clima.
A marcha partiu da Aldeia COP - estrutura montada na Escola de Aplicação da Universidade Federal do Pará (UFPA), na Avenida Perimetral, que acolhe cerca de 3 mil indígenas de todo o Brasil e de diferentes regiões do mundo. De lá, o cortejo seguiu em direção ao Bosque Rodrigues Alves, reunindo dezenas de organizações e lideranças indígenas do Brasil e do mundo.
Ao longo do percurso, o Povo Guarani destacou suas pautas prioritárias: a demarcação das Terras Indígenas como ação climática central, a denúncia das violências e ataques que avançam sobre seus territórios e a defesa de que a proteção das terras Guarani é decisiva para a adaptação aos efeitos das mudanças climáticas. As lideranças reforçaram que enfrentar a crise climática passa necessariamente por garantir a integridade dos territórios indígenas.
A Marcha também levou ao centro da COP30 reivindicações estruturais do movimento indígena, como a imediata demarcação de terras, a proteção integral dos territórios, a meta de desmatamento zero, o fim da exploração de combustíveis fósseis e da mineração em áreas tradicionais, além da salvaguarda dos defensores da terra. Os povos indígenas reforçaram ainda a cobrança para que o Brasil reconheça a NDC (Contribuição Nacionalmente Determinada ou "Nationally Determined Contribution", em inglês) Indígena como compromisso oficial no âmbito da Conferência do Clima.
Durante a mobilização, a liderança Guarani do Oeste do Paraná, Vilma Rios, enfatizou que justiça climática também exige justiça para aqueles que perderam a vida na defesa de seus territórios: "Quando falamos de justiça climática, não podemos esquecer da justiça para as pessoas que já foram assassinadas. Enquanto essa violência continuar nos territórios e enquanto não houver demarcação das terras indígenas, como podemos enfrentar a crise climática?", reflete.
A fala da Vilma foi motivada não apenas pelos ataques aos territórios Avá-Guarani e outros territórios indígenas, como também pela notícia do assassinato de Vicente Fernandes Kaiowa, liderança Guarani Kaiowá.O caso ocorreu ontem (16), durante um ataque armado à retomada Pyelito Kue, no município de Iguatemi, no Mato Grosso do Sul.
Vilma também denunciou que muitos dos ataques sofridos pelos povos indígenas são frutos do avanço do agronegócio e expôs a situação do Oeste do Paraná: "Nossa aldeia está cada vez mais invadida pelo agro, e todos os dias o agro tenta nos calar. Mas eu digo novamente: eles podem tentar, mas enquanto Nhanderu me der mais um dia de vida, vou continuar dizendo: o agro não é pop. O agro mata todos os dias dentro do território."
Já Eunice Kerexu, liderança Guarani de Santa Catarina, denunciou os retrocessos que avançam sobre os povos da Mata Atlântica, impulsionados por Projetos de Lei como o Marco Temporal. "Estamos enfrentando todos os tipos de retrocessos, tanto em relação aos nossos direitos quanto na área ambiental. Precisamos garantir os direitos já conquistados e assegurar a execução dos novos - e isso só será possível com a demarcação das terras indígenas, que precisa ser concluída por este governo."
A presença Guarani na COP30 está sendo marcada pela luta e pela cobrança por soluções concretas. "Não viemos à COP30 apenas para participar; viemos atrás de soluções - não só para a crise climática, mas também para a questão territorial. Enquanto esperamos a demarcação das nossas terras, queremos permanecer vivas", afirmou Vilma.
Ao final da marcha, as lideranças reafirmaram que os povos indígenas não serão silenciados. "Eles podem tentar, mas não conseguirão", concluiu Vilma Rios, expressando a resistência e a determinação do Povo Guarani e de todos os povos presentes na mobilização histórica em Belém.
https://www.yvyrupa.org.br/2025/11/17/a-resposta-somos-nos-povo-guarani-fortalece-marcha-global-indigena-pelo-clima-na-cop-30/
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